Los seres humanos creamos culturas. Observamos, pensamos, imaginamos, obramos, comunicamos nuestras experiencias... Somos variados. Construimos nuestra "realidad". Fabricamos opiniones y maneras distintas de narrar nuestras vivencias. Este espacio expone estudios y trabajos del campo de la antropología del bienestar y la salud así como de la antropología de la naturaleza, sus componentes y sus leyes mostrando diversas concepciones y acciones que en esos terrenos se pueden dar y llevar a cabo en las culturas y sociedades del mundo.

Foto: "Águila peleando con serpiente". Tatuaje clásico del artista: Alvar Mena (La barbería tatuajes. Salamanca)

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SEGUNDA ETAPA

miércoles, 19 de junio de 2013

O DIAGNÓSTICO TRADICIONAL CHINES NA ANTROPOLOGIA MÉDICA: Através do Estudo do pulso e da língua.

Autor: Alfonso J. Aparicio Mena
Traducción: Luiz Nilton Correia.

El texto expuesto a continuación es la introducción de la traducción al portugués del libro:

"El diagnóstico tradicional chino desde la antropología médica. Breve estudio del pulso y la lengua"(AJ Aparicio. Bubok Publishing. http://www.bubok.es/libros/14770/EL-DIAGNOSTICO-TRADICIONAL-CHINO-DESDE-LA-ANTROPOLOGIA-MEDICABreve-estudio-del-pulso-y-la-lengua )

INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi construído a partir do seminário que apresentei na cidade de Portalegre (Portugal), em 2008 durante o IV Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade, organizado pela Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sociocultural (AGIR). Nesta intervenção quis apresentar outras maneiras, diferentes das da ocidental convencional, de estudar os desequilíbrios e problemas de saúde centrando-me na pulsologia chinesa e na inspeção da língua como dois dos procedimentos indagatórios mais importantes da medicina tradicional chinesa (MTC).
Na atualidade, a MTC segue linhas paralelas que, longe de distancia-la da sua essência e valor, fortalece ela com novas contribuições fruto do contato e desenvolvimento com diversas sociedades e culturas do planeta. Temos a linhas tradicionais e originais, por um lado, e a intercultural (com formas diversas), por outra. As primeiras podemos encontrar nas formações de escolas asiáticas correspondentes a diferentes tradições, e nos estudos das universidades chinesas. Também existem as práticas populares centradas em costumes, formas, modos e procedimentos curativos e ideológicos locais, e em grupos não orientados sob o ponto de vista acadêmico (oficial). Outra linha é a que surge do resultado do encontro da cultura terapêutica chinesa com culturas de outros povos e sociedades ao longo do planeta (Aparício, 2004). Ela é ensinada em idiomas muito variado e adapta-se a realidade cultural básica da sociedade na qual se apresenta/difunde.
No livro do investigador franco-chinês Anthony Tao (2003), podemos ler que a medicina tradicional chinesa tem origem na cisão do xamanismo arcaico, cujo ramos se especializou como curativo.
Entendemos a medicina tradicional chinesa como: todas as variantes locais da terapêutica tradicional chinesa; referindo com esta expressão às maneiras de entender e atender a saúde dos grupos que povoam o espaço chinês. Neste sentido, a MTC provém do xamanismo (sistema organizativo complexo das sociedades arcaicas). E baseia-se na tradição (nas diferentes tradições locais), o que a diferencia essencialmente do sistema terapêutico ocidental científico-convencional, estendido na atualidade por todo o mundo.
Existem semelhanças entre os sistemas curativos tradicionais asiáticos e norasiáticos, e os tradicionais de outros lugares do planeta; como por exemplo, os ameríndios. Neste sentido, supondo que o xamanismo arcaico fosse a instituição mais importante dos grupos humanos do paleolítico, tal matriz cultural teria passado com os emigrantes norasiáticos pelo Estreito de Bering no seu transito do Nordeste Asiático para o Noroeste Americano (Aparício, 2007). Hoje, no entanto, não podemos ver continuidade cultural mais do que entre alguns grupos esquimós cujas relações (de todo tipo), com os siberianos não foram cortadas ao longo da história.
A medicina chinesa e outras etnomedicinas são sistemas de atenção à saúde encaixados nas culturas básicas de suas respectivas sociedades, como acontece com a medicina ocidental-convencional. Porém convém saber que existe:

a) Formas de atenção tradicional ocidental.

b) Formas de atenção tradicional não ocidental

c) Forma de atenção não tradicional padronizadas, surgida na Europa e estendida universalmente com a medicina ocidental convencional.

Os sistemas tradicionais ocidentais seguem as linhas naturalistas dos séculos precedentes. Neles podem incluir-se: a naturopatia-fitoterápica, diversas formas de atenção manual, a homeopatia e outros modos de curar mais ou menos centrados no simbólico e no cultural (populares).
Os sistemas tradicionais não ocidentais também seguem linhas naturalistas-culturais (simbólicas) dos grupos humanos nos que se desenvolveram. Os mais conhecidos são: medicina tradicional chinesa, medicina mesoamericanas (medicina tradicional mexicana), aiurveda e medicina tibetana. Porém, podemos incluir aqui todas as formas de entender e atender os problemas de saúde de todas as sociedades tradicionais do planeta.
O chamado sistema terapêutico ocidental-convencional tem a ciência como base, e é entendida a partir da antropologia como uma consequência, tecnológica moderna e estandardizada em todos os lugares.
O desenvolvimento da ciência antropológica, nos séculos precedentes, nos aproximou da compreensão humana como soma ou sucessão de feitos (humanos), relacionados com seus contextos (natureza, sociedade e cultura). Franz Boas (1993), expos que nenhuma sociedade é superior a outra, e entendemos que cada uma tem sua via de desenvolvimento. Pensamos também que não há por que comparar estas vias. Não existe linhas mestras naturais que sejam marco ou referência, às quais todos os grupos se tenham que aproximar com o tempo. Para Clifford Geertz, não existe sociedade em fase de desenvolvimentos pré-científico (Geertz, 1990).
A ciência (tal como hoje a entendemos), é uma conquista cultural da sociedade europeia, porque houve premissas históricas e culturais que assim o possibilitaram. Segundo Anthony Tao (2003), a herança grega, considerando que o universo funciona com leis que o pensamento é capaz de decifrar e compreender, o cristianismo e o judaísmo como religiões que entendem um Deus transcendente separado da natureza, foram as razões do surgimento da ciência. A natureza, nas culturas cristãs e judaicas, permaneceu livre de animação, susceptível de ser explorada com o pensamento lógico-racional e susceptível também de ser dominada.
As culturas árabes beberam das fontes gregas, incorporando o pensamento helenista a suas tradições (principalmente oficial), como assinala José Martinez:
Ao longo de um extenso processo os árabes receberam os fundamentos da cultura, da filosofia e da ciência grega e souberam incorporar o legado cultural filosófico que transmitiram ao Ocidente
[1].
As culturas tradicionais (sem influência greco-latinas), não só da Ásia, Norte da Ásia ou América, mas também da Europa, sempre consideraram o criado e existente como unidade na qual o material e o não material eram inseparáveis (imanência – tradicional – frente a transcendência – judeo-critã). Nas tradições asiáticas e ameríndias atuais, a natureza física se entende atravessada, animada: por Qi, por essência divina, por espíritos, etc. Consideramos aqui que estes termos e expressões são imagens discursivas e representações para que torne compreensível. Cada uma pertence a seu contexto sociocultural, entendido e avaliado em relação a outros elementos do mesmo contexto. E são os membros das culturas quem dão a autêntica informação sobre suas conquistas culturais.
É evidente que nem os chineses, nem os ameríndios nem outras sociedades do planeta, diferentes da europeia, tiveram os mesmos precedentes históricos. Por isso, é impossível que, de forma natural (sem influências de fora, sem interferências, etc.), consigam chegar às mesmas consequências culturais em um local ou em outro. Podem ser parecidas, porém não necessariamente iguais. Por consequência, a ciência nascida na Europa não tem por que surgir espontaneamente na sociedade e cultura extra-europeias
[2].
A ciência não é uma conquista humana alcançável de maneira natural (por evolução das sociedades), em todos os grupos humanos do globo. O certo e que o colonialismo europeu foi o responsável pela imposição mundial do modelo de progresso ocidental. É, portanto, uma questão de “jogo hegemônico” (poder e política). Muitos dos discursos surgidos na cultura ocidental tem sido, e seguem sendo, etnocentrista. O etnocentrismo ocidental impregnou os programas educativos de suas sociedades e de outras que os adaptaram.
Não são mais “avançadas” uma sociedade e uma cultura por seguir um modelos de progresso concreto, o seu, ou outros impostos. A maior prova temos na comparação da sociedade ocidental com a de um povo africano, ou outro asiático, ou ameríndios tradicionais na atualidade. Em termos gerais, a nível de opinião pública, e inclusive de certos titulados ou cientistas (ocidentais/não ocidentais), pondo uma sociedade ao lado de outra, se considera mais “avançada” a ocidental. Tal consideração se deve a supremacia de um modelos de comparação (falando de progresso), o ocidental-convencional. A conclusão a que chegamos é que ainda segue existindo etnocentrismo ocidental: em muitos currículos de ensino de países europeus e de cultura ocidental, em meios de comunicação, em manifestações e iniciativas culturais públicas e privadas, na economia, etc.
A pobreza e outros traços observáveis hoje no chamado Terceiro Mundo são a consequência da ruptura no passado de suas linhas naturais de progresso, e da intromissão de ideias, organizações, políticas, economias e desejos alheios (colonialismo).
A medicina chinesa, a medicina aiurvédica, a medicina mexicana, diferem entre si ainda que tenham em comum o apelativo de tradições (cada uma baseada em sua tradição). E todas elas diferem da medicina ocidental-convencional. O sistema científico não é melhor nem superior em relação aos sistemas tradicionais, somente diferente. Todos, aqueles e estes, são, ou podem ser, válidos e uteis (ao menos, em seus contextos respectivos). Alguns já transcenderam os limites de suas sociedades como é o caso da medicina ocidental, porém, também o da medicina tradicional chinesa, objeto de nosso estudo.
O encontro da teoria médica chinesa com o pensamento de outras sociedades tem dado lugar a um sistema intercultural e híbrido, como dizíamos ao princípio, resultado da necessidade de acomodação de princípios originais e culturas diferentes (Aparício, 2004). A medicina chinesa tem seu próprio método de trabalho, sua forma de indagação e sua maneira de diagnosticar e atender. A interrogação, a apalpação, a pulsologia chinesa, a observação, a audição, o olfato e até a obtenção de informações pelo sentido do gosto, são os procedimentos tradicionais para conhecer os traços individuais do problema que temos a frente. Entre todos, vamos ver e analisar, utilizando a intermediação da antropologia (para melhor compreensão), a pulsologia e a observação da língua como procedimento chave na elaboração do “juízo clínico” (expressão que tomamos emprestada da cultura e pensamento ocidental convencional), e a opinião especializada sobre o problema que estamos estudando.
Dentro da MTC, já como sistema intercultural, também podemos estabelecer diferenças baseadas:

a) Nos programas de ensino criados e oferecidos em escolas e centros de formação (mais/menos aproximados às origens e ao simbolismo médico chinês, mais/menos interceptado-influenciados por outras ideias, princípios terapêuticos, formas de tenção, políticas diversas, etc.).
b) Nas finalidades que movem ao desenvolvimento, difusão e prática de tal sistema de atenção

c) Nas influências, imposições e condicionantes que seus representantes praticantes ou difusores recebem em seus respectivas contextos socioculturais, políticos e econômicos.

Os centros de formação de MTC na Europa e América fabricam programas mais/menos aproximados aos programas oficiais chineses e a tradição simbólica chinesa. Há centros que se baseiam em tradições arcaicas, ensinando uma MTC afastada da que se ensina oficialmente nas universidades chinesas. A casuística é ampla. Existem ensinos que, em geral, seguem as escolas; porém não há uma norma, já que fora da China os estudos de MTC não costumam estar incluídos na oferta oficial das escolas superiores. Alguns centros, na Europa e América trabalham pela oficialização de tais estudos, sacrificando parte da essência definidora da MTC: seu simbolismo. Por medo que o sistema não aceite os programas tradicionais, “reinventam” a MTC, desenhando currículos que pretendem aproximar-se aos conteúdos biológicos dos estudos da medicina oficial convencional.
Em outros casos, se aborda a MTC de forma biológica. Os alunos que recorrem a estes centros aprendem uma MTC intercultural relativamente desvirtuada. Formam-se praticantes de técnicas, manejando ferramentas discursivas e de racionamento médico chinês ocidentalizado e pobremente definidos. É o caso dos acupuntures que seguem uma maneira de trabalhar baseada no “rescentismo”, por exemplo. Há escolas na Europa e América que, sem criar a necessidade de agradar o Sistema Oficial, expressam uma interculturalidade mais honesta surgida de uma articulação de culturas (chinesa/não chinesa) não forçada nem planificada por interesses de índole diversa.
As finalidade que movem o desenvolvimento, difusão e prática do sistema médico chinês no mundo são muito diversas:

- O interesse da China por estender uma parte tão importante de sua cultura como é o seu sistema de cura (melhor: modo de ajudar no reequilíbrio).

- O interesse saudável e honesto de conhecedores e praticantes não chineses por oferecer esse modo de atenção.

- O interesse de naturistas e representantes das chamadas “medicinas alternativas” por difundir a MTC como um sistema alternativo, mas surgiu das correntes “nova era” ou da pós-modernidade.

- Interesse mercantilista.

- Outros.

Os traços de interculturalidade do sistema curativo chinês também vem definidos por condicionantes das sociedades de acolhimento e desenvolvimento, de suas economia e políticas. É evidente que o sistema médico ocidental-convencional tem uma relação muito estreita com a indústria do medicamento; pelo que qualquer outro sistema que não se apoie nos remédios de patente, são considerados concorrência, encontrando dificuldades para oficializar-se. Muitos representantes do pensamento científico (hegemonismo ocidental) se opõe frontalmente às maneiras diferentes de ver as coisas: a saúde, da doença e a terapêutica (provenientes de óticas e posições culturais diferentes a convencional); assim como a maneira diferente de atender os problemas. É uma oposição etnocentrista apoiada em pilares economistas e políticos. Tais fundamentos validam esta oposição, nos âmbitos que a creem-emitem, estendendo-a e impondo-a em outros, graças ao poder e as políticas dos grupos e governos dominantes (em uma grande quantidade de países).
Voltando ao tema da interculturalidade, ao final, cada profissional de MTC (de diferentes lugares do mundo), apresentará traços (de interculturalidade) pessoais resultantes das interações com todo o conglomerado anteriormente exposto. Para alguns, a interculturalidade na saúde acrescenta novos recursos e recursos combinados, enriquecendo a terapêutica. Para outros, é só uma “brincadeira” e um contraponto pequeno ao sistema maioritário e dominante: o ocidental convencional.
Nosso objetivo neste trabalho é apresentar dois dos procedimentos de diagnostico chines, a pulsologia e a inspeção da língua, dentro da interculturalidade em saúde, defendendo os modelos da MTC interculturais que, enriquecidos com as contribuições da sociedades e culturas diferentes da chinesa, mantem o simbolismo ancestral da MTC, pilar e eixo sobre o qual gira o sistema médico chinês.
Por mais intercultural que seja a MTC, perderá seu sentido se abandonar este simbolismo.
A antropologia não só admite, mas também, define os simbolismos das culturas como as senhas de identidades que as definem e diferenciam. Não é necessário explica-los “a luz da ciência”. Se houver interesse em aprender e praticar honestamente a MTC deve-se estuda-la como tal, em seu próprio “juízo cultural”, admitindo seus conteúdos e usando seus métodos sem tentar “domestica-los”. Podemos associar outros conteúdos que nos complementam e ajudam (interculturalidade), porém deve-se faze-lo como algo bilíngue, pensando em cada momento no sistema que está sendo utilizado, sem impor um ou outro.
A MTC é diferente do resto do sistema de saúde e de reequilíbrio da saúde, pelo que deve usar seus próprios métodos e procedimentos no estudo, análise dos problemas e propostas de ajuda. A MTC não é uma “medicina alternativa” a incluir no pacote das “medicinas alternativas” feito pelos representantes Nova Era e os Pós-Modernistas. Como modos interculturais não se quer dizer a apropriação e uso de métodos alheios mas sim, o trabalho mental no racionamento com elementos culturais diversos que, ajudando-se uns a outros, aproximam ao exato diagnóstico e respectivas soluções.
[1] José Martínez Gázquez, Los Árabes y el passo de la Ciencia Griega al Occidente Medieval. Disponível en: <www.hottopos.com/rih8/martinez.html>.[2] Chamamos culturas e sociedades estra-europeia aquelas que total, ou parcialmente, ainda seguem suas linhas de progresso próprios, sem alterações significativas fruto das influências europeias.

Bibliografía Introduçao:
APARICIO MENA, A. J. 2004. Idea de salud intercultural. Una aproximación antropológica a la idea de salud derivada de la medicina tradicional china en contacto con diferentes culturas. Gazeta de Antropología, nº 20, texto 20-25: Universidad de Granada. Disponível em: <www.ugr.es>
APARICIO MENA, A. J. 2007-I Cultura tradicional de salude en Mesoamérica. Del chamanismo arcaico a la etnomedicina. Tesis doctoral. Universidad de Salamanca, .
APARICIO MENA, A. J.2007-II. Etnomedicina en Mesoamérica Central. Monografias.com.saludgeneral.
BOAS, F. Las limitaciones del método comparativo de la antropología. En: Bohannan, P; Glazer, M., “Antropología, lecturas” Madrid: McGraw-Hill, 1993.
GEERTZ. C. La interpretación de las culturas. Barcelona: Gedisa, 1990.
TAO, A. Chamanisme et civilisation chinoise antique. París: L’Harmattan, 2003.

lunes, 10 de junio de 2013

EL BONSÁI COMO EXPERIENCIA DE BIENESTAR (bosquejo antropológico)

Texto: A. J. Aparicio Mena.
Imágenes: Anthropologia Mundi

                                                                                                  Bosque bonsái de Piceas

Introducción.
Exponemos a continuación un nuevo artículo sobre la experiencia del bonsái y su relación con el bienestar (en sentido amplio). Se trata de una etnografía a través de la que tratamos de acercarnos a la vivencia del bonsái como un hecho de interacción especial de los aficionados y dedicados a este arte o actividad natural-creativa, arte naturalista originario de China y Japón convertido en práctica intercultural en la actualidad después de haberse encontrado con otras culturas a lo largo y ancho del mundo.

Bonsái y arte bonsái.
Se suele definir el bonsái como un árbol "entrenado" en maceta. Habría que añadir y explicar que ese "entrenamiento" se lleva a cabo a través de acciones específicas sobre la planta, siguiendo el modelo formal  (estándar) elegido para ella..
El término "entrenamiento" también tiene otras lecturas en ese contexto. Una de ellas lo asocia al "comportamiento" de la planta en relación con las funciones de nutrición, relación y reproducción. Así, se "entrena" un bonsái para que se acomode a una manera de alimenarse, aportándosele los nutrientes necesarios desde el exterior del habitáculo de las raíces. Se "entrena" al bonsái ubicándolo en el lugar más idóneo para él (a consideración de su cuidador) con el fin de que sus interacciones con el medio circundante sean satisfactorias para la planta. En este sentido, como no le podemos preguntar directamente a él sobre su experiencia, interpretamos (etnobotánica) que si el árbol luce sus mejores galas hemos acertado en su posicionamiento en el espacio. Se "entrena" o se puede entrenar la planta para que dé fruto, si así lo deseamos, a través de una nutrición especial o a través de determinadas intervenciones sobre ella. Podemos reproducir por semilla, por esqueje...
Hasta aquí una visión más o menos biologista del estándar internacional de bonsái.
Pero, ¿cómo enfoca el asunto un antropólogo teniendo en cuanta que el bónsái, además de con la naturaleza, tiene que ver con la cultura y con la creación artística?
En primer lugar, reconociendo que se trata de un arte cuyas características tienen relación con su contexto sociocultural originario (asiático). La información asociada a la planta y a la práctica responde a simbolismos locales. Hemos de bucear, conocer o interactuar en/con ese contexto (físico, social y cultural) para aproximarnos a su comprensión (ya que no somos de allí). Las prácticas interculturales, a) pueden seguir las líneas definidas en la tradición originaria; b) pueden ser acciones mixtas, resultantes del encuentro entre culturas. Sobre esto se ha escrito y se discute: ¿Se debe adaptar el arte oriental a los lugares y tradiciones donde se practica?, ¿Pueden considerarse culturas autóctonas del arte bonsái? Desde un punto de vista antropológico reconocemos las realidades culturales que se dan alrededor de la práctica bonsái sin establecer valoraciones cualitativas entre ellas. Pero reiteramos que el arte bonsái es originario de Asia, donde se estandarizó alrededor de unas claves, maneras, interpretaciones y modelos. Reconocemos que fuera de su contexto originario se transformó, modificó y adaptó a la mentalidad, cultura y filosofía de otras gentes.
El presente artículo se centra en prácticas interculturales (fuera del contexto originario) tratando de seguir líneas de las escuelas japonesas clásicas. Buscamos referencias de experiencia y luego contrastamos unas y otras con las del propio investigador como observador participante. Queremos saber sobre las interacciones y experiencias de los aficionados y cuidadores en el contexto de esa práctica.

Las vivencias de los bonsaístas.
A lo largo de 18 años enseñando y conviviendo en reuniones semanales con aficionados hemos escuchado muchos testimonios. De la amplia variedad de referencias y opiniones oídas y registradas extraemos un factor común: la experiencia del bonsái es placentera y beneficiosa para la persona en todos los sentidos: desestresa, enseña a ser paciente, ayuda a despojarse de las "cadenas" que impiden relacionarse con los demás, hace sentir bien físicamente, facilita el conocimiento de la naturaleza, anima a descubrir la Gran Naturaleza, conciencia de la necesidad de proteger el Medio Ambiente, activa la sensibilidad artística...
Y ¿qué "dicen" los bonsáis de sus interacciones con los humanos?
Decir en sí, no dicen nada pero los aficionados señalan que existen muchas formas de "diálogo" y que cada uno a su manera sabe cómo se "expresa" su árbol en relación a los cuidados proporcionados. Todos coinciden en que un bonsái que se muestra exhuberante, con buen color, con brillo, jugoso, pletórico, sin muestras de enfermedad, es un árbol feliz, un árbol alegre, un árbol risueño y contento. El aficionado al bonsái no tiene una mirada fría, positiva, únicamente científica o mecánica sobre ese tipo de árboles. Su visión es personal y experiencial, llena de matices de ideas y asociada a sensaciones variadas. Para algunos se trata de vivencias "mágicas". Todos miman a sus plantas y, sabiendo lo que a ellas les gusta, hacen todo lo posible por dárselo, porque luzcan bellas y sanas. Sin embargo, no siempre se consigue eso. Hay aficionados torpes, negligentes, demasiado arriesgados o mal formados que acaban haciendo algo mal llegando este daño, como el impulso que empuja las fichas de dominó alineadas de pie, a través del proceso de atención, al árbol, a partes de éste o a su "corazón", con resultados fatales.
Para quienes conozco, llevando años de cuidado y atención a sus árboles, la responsabilidad es algo absolutamente necesario: no hacer cosas sin saber o sin estar seguros de los resultados. En esta actividad hay que ser prudentes. De ahí la necesidad de cultivar la paciencia. Hay que saber esperar. Hay que llegar a entender que primero es el árbol, luego nuestros deseos. "Debes dejar también al árbol iniciativa", "Debes dejarte guiar muchas veces por él, escucharle y hacerle caso". "Árbol y cuidador deben fundirse en el momento del cuidado".
Para muchos, la realidad llamada objetiva, supuestamente representada por la ciencia positiva sólo es una realidad más en el infinito mar de las realidades vividas, interpretadas y trasladadas en los discursos. La ciencia biológica es, como toda la ciencia en general, una convención cultural extendida y aceptada por la generalidad de los humanos del planeta. pero no es la única (convención). Existen y sobreviven del pasado otras convenciones culturales y tradiciones distintas de la científica. Convenciones que explican a su manera el mundo y las cosas. Como antropólogos valoramos todas las convenciones humanas y las consideramos de igual rango. No admitimos la superioridad de una sobre el resto. No admitimos el etnocentrismo. No admitimos el colonialismo cultural e ideológico. Todas sirven, en primer lugar, a los miembros de sus grupos y, en segundo lugar, a cualquiera que las adopte directamente o a través del vehículo de la interculturalidad.
En el pasado, las interacciones de otros humanos (asiáticos) con el bonsái generaban experiencias de bienestar explicables en convenciones que admitían lo intangible y el amplio mundo de las creencias y los simbolismos locales concursando en el devenir cotidiano de personas y grupos. Muchos de esos aspectos de realidad, entendidos como "materia no sensorial" los estudian algunos filósofos de la física de partículas subatómicas. Éstos y los antropólogos se acercan en la manera de aproximar comprensivamente a la mente del occidental realidades experienciales y vivenciales no abordadas por el positivismo. Esta complejidad, al menos entendida como una hipótesis, muchas veces se expresa con la mayor sencillez cuando alguien te dice que sólo tiene que situarse entre sus bonsáis para empezar a sentir un "cosquilleo" interior yendo de la persona a los árboles y de éstos a la persona, despejando al instante su cabeza y mejorándolo de alteraciones funcionales y estructurales.
¿Qué puede decir el antropólogo de todo esto? El antropólogo no da explicaciones a las experiencias de otros, o no debe hacerlo. Eso le corresponde al protagonista de la cultura estudiada. Tan solo toma nota, las registra, las contrasta con otras y con las suyas propias planteando cuestiones y concluyendo en que hay tantas explicaciones del mundo y las cosas como experiencias de ellos se tengan. Huimos así de las generalizaciones, de las estandarizaciones, de los paradigmas y de la "estigmatización" del positivismo o de los dogmatismos religiosos. ¿Nos acercamos tal vez a lo que Karl Pribram o David Bohm (investigador del cerebro y físico respectivamente) han señalado: todo es en sí y por sí pudiendo aparecer de diversas maneras?
¿Es, o puede ser el bonsái un intermediario vegetal entre "realidades" experienciales ancestrales y actuales?, ¿Pueden las interacciones con ellos devolvernos aspectos del bienestar y del equilibrio difícilmente obtenibles por otros medios?, ¿Qué experiencias obtienen los monjes Zen que cuidan con absoluto esmero uno o a lo sumo dos árboles pequeños a lo largo de su vida?, ¿Podrían estos árboles especiales "enseñarnos" a entender a los grandes de las grandes selvas?
Nuestros aficionados, algunos después de 15 años practicando este arte, concluyen subrayando que el placer y el bienestar de la experiencia con el bonsái van más allá de la estética. Muchas veces se parecen a lo vivido en los sueños, "esas realidades a las que cada día nos asomamos y de las que tan poco sabemos".

Un agradecimiento a los miembros de la Asociación Bonsái "Alta Meseta" de Palencia.

miércoles, 22 de mayo de 2013

Femeninología (Osvaldo Buscaya)

*FEMENINOLOGÍA
*Ciencia de lo femenino
Postulado: la irresoluble perversión no sublimada y ambigüedad sexual del varón
Las fuertes resistencias contra lo femenino no serían de índole intelectual, sino que proceden de fuentes afectivas; la irresoluble perversión no sublimada y ambigüedad sexual del varón que posee la decisión final en éste esquema, donde lo masculino sigue siendo la ley.
(Osvaldo Buscaya)
 
Femeninologia
Nota (35)
La pulsión de poder o la pulsión de crueldad es irreductible, más vieja, más antigua, que los principios de placer o de realidad; entonces ninguna posibilidad existiría de erradicarla o sólo se la puede diferir, aprender a negociar con ella, lo que dictará la política más optimista y a su vez más pesimista. ¿Qué hacer frente a un acontecimiento semejante?
Nos atreveríamos a decir que lo que debería ocurrir, de cierta manera, en cada infante, que se pueda, una especie de micro revolución, precedida en su preparación para todas las instancias y todos los estados por lo menos desde los cero a los cuatro años.
Pero lo que puede, tal vez, convertirse en tarea mañana, para la mujer, para una razón feminista, es una revolución que como todas las revoluciones transigiría con lo imposible y negociará lo no innegociable. La mujer podrá reconocer para ésta revolución de la razón feminista, el orden de la articulación de su poder sobre un camino de desarticulación del “orden” patriarcal de lo que ha hecho en la civilización, que “recubrirá” con la obligación del “yo debo hacer lo que puedo”, como responsabilidad ética, jurídica, política, y, más particularmente, aquí, feminista. La mujer, en la consideración del varón, es considerada un ser inferior con escaso intelecto y lo femenino podría en el futuro tomar seriamente en cuenta, la totalidad del saber, en particular de los saberes científicos, que se consideran en el borde de un saber psíquico, pero también las mutaciones tecno – científicas que le son inseparables y todo lo que da lugar a un saber de la historia del derecho, de la moral y de la política impuesta por el varón como historia de lo que adviene. Historia de lo que adviene donde no se trataría de saber ni de descubrir, puesto que el feminismo deberá asumir sus responsabilidades, en inventar o reinventar su derecho, sus instituciones, sus estatutos, sus normas, etc. Suponemos que el feminismo debería estar para eso. Debería hacerlo teniendo en cuenta, a partir del psicoanálisis freudiano, su propio saber, su saber más específico y más inflexible, por ejemplo con respecto a la crueldad del varón, al deseo del varón de hacer y de dejar sufrir a la mujer por el placer de hacerlo..
El feminismo debería tener en cuenta lo que pasa en ésta época con las transformaciones del área económica, del mercado como de lo que de él depende también de la tecno – ciencia, del campo social, del campo político y jurídico, sobre todo de la crueldad del varón que conciernen a una “humanidad” de la mujer que falta volver a pensar y a los derechos de la mujer, y a los crímenes contra la población femenina, verdadero genocidio. Y he aquí, más allá de lo difícil; lo imposible mismo.
Las órdenes del poder y de lo posible. Pero un acontecimiento femenino, la llegada de un acontecimiento digno de ese nombre, el advenimiento de lo femenino, excede incluso todo poder, todo deber y toda deuda en un contexto determinable.
Buenos Aires
Argentina
25 de marzo de 2013
Osvaldo Buscaya
(Psicoanalítico)
Femeninologia
Lo femenino es el camino
femeninologia@yahoo.com.ar

sábado, 11 de mayo de 2013

Personas y experiencias IX/ People and experiences. Francesco Di Ludovico entrevista al Profesor Óscar Adrián Tapia Velázquez (México) sobre: "Enfermedad y salud interculturales"

(Historias de vida, encuentros, entrevistas, opiniones)

 Entrevista por: Francesco Di Ludovico (médico y especialista en etnofarmacología y etnobotánica. Roma, Italia)

(Queda prohibida la reproducción total o parcial de texto y fotos sin el consentimiento del Blog).


Éste es un espacio de entrevistas, relatos/referencias de experiencia, historias de vida y comunicaciones en torno a la vivencia/las vivencias del bienestar, entendido como un contexto experiencial amplio capaz de tomar formas muy diversas en/a través de la comunicación. Una de esas formas nos la trae nuestro nuevo invitado a través de la entrevista que más abajo reproducimos.

UNAS BREVES PALABRAS PARA PRESENTAR A NUESTRO ENTREVISTADO, el Profesor mexicano Don Óscar Adrián Tapia Velázquez.
Licenciado en Pedagogía por la UNAM, es también diplomado en Capacitación Laboral en las Nuevas Organizaciones. Ha sido profesor de italiano y es profesor de inglés en la Universidad ETAC. Como traductor de libros, destacamos el reciente título aparecido y presentado en nuestro blog: "The limpia in the mesoamerican ethnomedicines" (Aparicio & Di Ludovico, Bubok Publishing). Es un investigador interesado por las cuestiones sociales y especialmente por las de su medio, prestando importancia al aspecto del bienestar y a los distintos modos de entenderse en culturas diversas.


"Enfermedad y salud interculturales"

(P)¿Cómo definirías el concepto de salud?

-Dentro del marco de mi formación profesional como pedagogo podría definir la salud desde diferentes vertientes,  pero hablaré sólo de la llamada cultura de la salud la cual está encaminada a la sensibilización hacia hábitos correctos que contribuyan a conservarla. En este sentido la salud es entendida como el balance entre los aspectos corporales, sociales y emocionales. Un sujeto sano tiene entonces la posibilidad de funcionar en todas las áreas de su vida pudiendo de esta manera  alcanzar un óptimo desarrollo.
(P)¿Cómo definirías el concepto de enfermedad?
-Desde el ámbito pedagógico, la enfermedad, es el desequilibrio orgánico causado por los factores biológicos que generan la disfunción de la parte o partes afectadas mismas que afligen al sujeto e impiden o limitan su formación.   
(P)¿En qué medida han influido tus características histórico-geográficas y culturales en dar tus definiciones de salud y enfermedad?
-El mundo de hoy exige la adaptabilidad. En mi contexto histórico encuentro la revolución de paradigmas, la pérdida de identidad. Hasta hace algunos años el uso de la medicina tradicional, por ejemplo, era bien visto incluso vanagloriado; hoy en día los grandes círculos que impulsan el progreso sobre todo económico han apostado más a la medicina de patente, se entiende las enormes ganancias que ello les deja. En mi contexto geográfico me encuentro en una tierra de en medio o lo que el escritor Octavio Paz nombró como: “el otro México”; lo que quiero decir es que convivo con diferentes tipos de sociedades, aquella que pertenece a un círculo restringido que alcanza un nivel educativo aceptable y aquel que no lo posee, (no juzgo que esto sea correcto o no, puesto que se dice entre nosotros que la mejor escuela es la vida). Por tanto, las formas y modos de comprender la salud y la enfermedad son adaptables de acuerdo a la sociedad y territorio en el que estés o pertenezcas; también el discurso es adaptable, y la elección para, por ejemplo, tratar ciertas enfermedades lo es. Desde mi contexto cultural he tenido que “adaptar” y aprender de todo aquello que me rodea. Es interesante reflexionar sobre nuestro origen ambiguo, observar las dos caras de la moneda, poder atravesar la frontera de lo tradicional y lo moderno, de lo simple y lo abstracto. La salud y la enfermedad son comprendidas así desde dos mundos que se deberían complementar puesto que pareciera que uno de esos mundos lo niega y procura esconderlo. Pero con el ánimo de ser siempre constructivo, pertenecer a esta tierra de en medio me da la posibilidad de observar las cosas desde ambas perspectivas y rescatar los aspectos positivos de cada una.
(P)¿En qué medida opinas que la interculturalidad (el encuentro de varias culturas) pueda influir sobre el bienestar psico-físico?
-Para la interculturalidad se debe estar preparados, de lo contrario los choques que puede haber son inevitables. Hay autores que sostienen que la interculturalidad ha sido mal interpretada en nuestro país, México. Desde mi perspectiva, el bienestar psico – físico muestra diferencias interesantes al momento de hablar de ello. Por parte de grupos tradicionales mesoamericanos, de aquellos que habitaron en el apogeo y magnificencia de la época precolombina hasta aquellos que coexisten entre nosotros los nuevos mexicanos. Me refiero entonces a un concepto amplio entendido éste como una parte integral entre mente, cuerpo, “espíritu”, donde la desestabilización de algún componente viene en detrimento de los demás. En el caso de las culturas occidentales percibo que se da una gran importancia a evitar el dolor, a postergar con cualquier medio el decaimiento natural de la salud en el  hombre como género, evitando que la pierda, procurando que viva bien, lo cual es justo. Sin embargo se olvida la enseñanza que la falta de bienestar, entendido desde una perspectiva occidental nos puede dejar, y esto es: revalorar nuestro ser y actuar en el mundo hacia fines nobles. Abrirse a los demás, tomar sus enseñanzas, compartir las propias. De modo tal que el bienestar mesoamericano es un conjunto que no necesita de añadiduras, puesto que la vida es el bienestar, sin más necesita sólo ser mantenido y esparcido a los demás poniendo al servicio de la comunidad nuestras capacidades y dones. Eso es el bien – estar; estar bien para el mundo.
(P)¿Cuáles podrían ser las implicaciones de una medicina intercultural?
-Cuando se tiene la posibilidad de interactuar con sujetos de otras sociedades, con otras costumbres, ideologías distintas, etc., irremediablemente se mezclan las visiones de la vida, lo cual es beneficioso. La medicina no está exenta tampoco. En mi experiencia he podido constatar los favores que otorga la medicina tradicional en México, sobre todo a nivel físico y espiritual; aunque debo admitir que la creencia en ella en un factor preponderante para que funcione, la fe que se tenga en ella, además de los beneficios que aporta a la salud los cuales han sido comprobados por la ciencia moderna. En este sentido la cultura dominante  impone una medicina sobre otra que objetiva su validez bajo sus cánones y normas, tiene a su favor precisamente eso: su validez comprobada y el poder que ejerce en las masas para hacer que crean en ella. Si logramos que la cultura de medicina dominante se abra aún más a la medicina tradicional superaremos los límites de lo inimaginable en bien de todas las personas.

(P) Muchas gracias.

viernes, 26 de abril de 2013

Mesoamérica. Conocimiento local de salud en el medio urbano (tradición mixta). Alimentación tradicional.

Algunos de los componentes naturales de las etnomedicinas mesoamericanas (Dibujo: Álvar Aparicio T.)

Del libro: “Cultura tradicional de salud y etnomedicina en Mesoamérica” (Trafford Publishing, Alberta, Canadá) extraemos el siguiente fragmento referido a los alimentos:
Dedicado a Doña Faustina, con nuestro recuerdo y afecto.
Autor: Alfonso J. Aparicio Mena
CONOCIMIENTO LOCAL DE SALUD EN EL MEDIO URBANO. LA TRADICIÓN MIXTA.
Las observaciones realizadas en el entorno urbano mexicano y oaxaqueño complementaron las explicaciones dadas por los informantes. Los centros de tradiciones terapéuticas mixtas visitados con más frecuencia fueron los mercados. De ellos, destaco el de Sonora.
ALIMENTACIÓN TRADICIONAL. REMEDIOS TRADICIONALES.
"Hablando de tradiciones terapéuticas mesoamericanas, no podemos olvidar un apartado muy importante: el de la alimentación. Los usos y costumbres nutricionales tradicionales están omnipresentes en la sociedad mexicana. Constituyen un tesoro a cuyo conocimiento y exploración han accedido especialistas e interesados desde todos los enfoques, considerando que muchas formas, métodos y procedimientos culinarios en Mesoamérica han pervivido poco transformados.
En las conversaciones con mis interlocutores, sea en las montañas, sea en el medio urbano, aprecié siempre la idea de relación entre alimentación y salud. Para Rogelio Delgado (informante de Xochimilco) algunas tradiciones nutricionales corren el riesgo de perderse ya que, al asociarse a oficios y actividades en vías de desaparición, no se han practicado ni tenido en cuenta en otros contextos. El Sr. Delgado manifiesta alimentarse a la manera local, habiendo aprendido en la familia las recetas y modos de cocinar que habitualmente utiliza. Rogelio me mostró muchos lugares de cocina tradicional. No hablo de restaurantes especializados rescatando las costumbres antiguas; me refiero a mercados tradicionales y populares, puestos en la calle, espacios prácticos y espacios vivos en los que la gente común se detiene a tomar un bocado para reconfortarse del quehacer y del trajín de la vida diaria.
Los mercados son buenos lugares para observar la práctica de una cocina (por decirlo de alguna manera) heredada de los antepasados. Dado que el mercado sigue siendo en Mesoamérica, en opinión de Rogelio Delgado, el espacio tradicional vivo y en movimiento mejor conservado, quienes allí se dedican a ofrecer alimentos, lo hacen siguiendo la costumbre. La gente común en México, según el Sr. Delgado, tenía, y tiene  que moverse mucho todos los días para ganar el sustento. Ello hace que salga de casa temprano, se desplace a sus lugares de trabajo habitual o a otros que le permitan obtener los recursos de supervivencia para la familia. En ese trajín diario, no tiene tiempo, ni dinero, para volver a su casa a comer, o para hacerlo en restaurantes. El puesto ambulante de la calle, o el mostrador del mercado, cumplen esa función. Según Rogelio, en época prehispánica esos puestos atendían las necesidades de los transeúntes. La tradición de la marcha a pie, el acarreo incesante de mercancías, los intercambios entre los pueblos ribereños del Lago de México hacían que la gente consumiera sus energías rápidamente. La reparación alimenticia se organizó alrededor de esa forma de vida: puestos ofreciendo comida y bebida aquí y allá, principalmente en los mercados y espacios de aglomeración (festividades, eventos, ritos, etcétera). El alimento no sólo servía para reparar el cuerpo; también constituía una forma de relación, de comunicación con la naturaleza y con las fuerzas vitales que la animan. Algunos alimentos especiales, como los honguitos, eran la vía de acceso al mundo de más allá de los sentidos[1]. Rogelio Delgado me habló de alimentos de los dioses y alimentos de los hombres. Para los prehispánicos, sus reyes, sus sacerdotes, sus autoridades máximas eran dioses vivos. Otra gente (principalmente los destinados a los sacrificios) podía encarnar temporalmente a un dios, gozando por un breve espacio de tiempo de la vida y manjares de las divinidades. Una parte del alimento, una parte de los productos naturales y de los elaborados, eran exclusivamente para ellos. El hongo del maíz, huitlacoche, era un manjar destinado a esas divinidades. Tuve ocasión de probarlo en tortilla con Rogelio y he de decir que la exquisitez de un sencillo plato como ése merece muy bien el apelativo de: comida de dioses. Los mexicanos tradicionales, tanto en la ciudad como en las áreas rurales, incluyen en el concepto de bienestar, comer como lo hacían los antepasados. Es evidente que el mestizaje cultural ha dado lugar a cambios y adaptaciones de las viejas recetas, enriquecidas/empobrecidas con la aculturación; sobre todo con las incorporaciones de influencias foráneas. En las áreas urbanas se toman muchas variedades de comida venidas de otros lugares del país. Sin embargo, como tuve ocasión de comprobar y de apreciar con la experiencia, cada Estado tiene sus particularidades culinarias. Y, dentro de los Estados mexicanos, unas y otras etnias guardan sus secretos alimenticios. No se come igual en Atizapán de Zaragoza (Estado de México) que en Ayutla (Oaxaca). Y he visto variaciones entre zonas del Distrito Federal y localidades pequeñas próximas como Tepozotlán del Valle. Hablando con Arturo Marín, Rogelio Delgado y José Medina (informantes locales), uno lo hace en el espacio comunicativo de la tradición mixta, entendida como el conjunto de aportaciones y confluencias amerindias e hispanas. Desde el punto de vista estricto de la etnomedicina, explican remedios familiares para resfriados, dolores diversos, malas digestiones, etcétera. En todos ellos se ve la huella del pasado amerindio mezclado con tradiciones castellanas e hispánicas. Sin embargo, hablando de costumbres alimenticias, todos se refieren a las viejas tradiciones indígenas. Razonando lo dicho, llegamos a la conclusión de que en tal o cual plato puede haber influencias foráneas europeas o ajenas también; pero en la mente de los interlocutores figura la idea de que se trata de prácticas y conocimientos autóctonos poco cambiados por los tiempos. Rogelio Delgado opina que debe hacerse lo posible para que se mantengan las costumbres y tradiciones mexicanas. Expresa: Para nosotros, comer un plato de frijoles no debe ser algo elaborado; ni deben de ser así, frijoles machacados. Nos gustan como salieron de la olla; y así nos los comemos. A lo mejor, dentro de nosotros está esa naturaleza de mantener nuestras costumbres. Cuando Rogelio Delgado me cuenta las distintas formas de preparar la flor de calabaza, se remonta a Xochimilco, al mercado de verduras y a los usos aztecas. Para él, a pesar de la utilización de los modernos medios y los electrodomésticos en la cocina, los ingredientes, la preparación y la cultura alrededor de las distintas maneras de hacer ese plato son los mismos que se manejaron entre los prehispánicos del Lago antes de la llegada de los europeos. Para los campesinos que llegan a la ciudad, sea al D.F. o a Oaxaca (centrándome en los centros urbanos que he observado y estudiado), la salud no sólo es una cuestión de adaptación al nuevo medio sino también de poder mantener sus tradiciones alimenticias. No se trata solamente de alimentarse para vivir. Es hacerlo dentro de la tradición del grupo al que se pertenece. La comida une, vincula con el pasado y con la comunidad de referencia. Y es ese hecho el que hace sentirse segura a la gente de las etnias: el respaldo del grupo, el apoyo de las tradiciones, la protección de las costumbres como un manto invisible que ayuda a desear vivir y seguir adelante en un mundo mezclado, difícil para los pobres y alejado del asiento equilibrado de la organización y forma de vida del pasado. En los espacios urbanos, dentro de la cultura mixta, la comida y las formas de alimentarse son también asiento de equilibrio, señas de identidad que hacen sentir una cultura propia. Y ello refuerza el bienestar. La gente es consciente de que, siguiendo sus costumbres culinarias, mantiene su salud. Se dice que las tradiciones familiares, las maneras heredadas de preparar los platos y la comida unen a las personas alrededor de la mesa, suscitan risas y facilitan la interacción. No solamente me lo recalcaron mis informantes sino que tuve ocasión de comprobarlo asistiendo con algunos de ellos a reuniones en las que conocí ciertas delicias de la cocina tradicional mexicana.
En el medio urbano principalmente, la interculturalidad y el avance de la sociedad internacional, de corte occidental, están cambiando el espacio físico, así como también las costumbres de una parte de la sociedad: el porcentaje correspondiente a las clases con más capacidad adquisitiva. Nuevos supermercados, grandes superficies, espacios comerciales a la occidental, tipos de alimentos y formas de comer, importados, se instalan en áreas de asentamiento urbano de negocios internacionales (Santa Fe, en el D.F.). Sin embargo, justo al lado de esos barrios, siguen perviviendo las pequeñas tiendas, las construcciones surgidas de la necesidad, las relaciones sociales propias de los menos pudientes y los alimentos de toda la vida, definidores de un México y de una Mesoamérica diversos, llenos de contrastes y donde, alrededor de la salud, podemos encontrar muchas contradicciones así como concepciones, representaciones e ideas.
Resumiré a continuación algunas de las tradiciones alimenticias de la cultura mixta observadas y experimentadas por un servidor, narradas por los informantes, entendiendo que dichas costumbres no sólo son formas de alimentarse heredadas del pasado sino que se entienden dentro del concepto tradicional de salud y bienestar.
La madre de Rogelio, Doña Faustina, a sus 88 años de edad, después de llevar una vida dura criando a sus hijos, aún cocina con gusto (Doña Faustina ya falleció pero seguimos recordando su sonrisa y su mirada candorosa. Para mantener el hilo del texto, respetamos la narración en presente). Conoce un gran número de platos tradicionales, algunos de ellos transmitidos vía familiar. La flor de calabaza es uno de los más sencillos y apetitosos. Compramos el vegetal en el mercado de Xochimilco. El momento de la compra es muy interesante. Rogelio busca, pregunta precios, observa los productos y la calidad. Finalmente, tras un tira y afloja con el vendedor, se acuerda el precio. Llevamos las flores amarillonaranjas a Doña Faustina quien nos las preparó, explicando el proceso con detalle: Se fríe, se citrona, ajo y cebolla. Se pican las flores de calabaza y se añaden junto con el epazote y un chilito serrano, dependiendo de lo picante que queramos hacerlo.
Comenté a la madre de Rogelio que los mixes usan el epazote también como remedio para la calentura, directamente colocado en la frente. Faustina y la esposa de Rogelio, Irma, me dijeron que a eso ellos le llaman chiqueador, y que no sólo se usa el epazote sino también otras plantas y no plantas como el papel del cigarrillo, directamente pegado en las sienes. Ellas usan chiqueadores de borraja también, tomada ésta a la vez en infusión. Mientras se iba haciendo la flor de calabaza, me relataron más remedios familiares para casos cotidianos. Señaló Rogelio el uso de la Ruda para sacar el aire. Irma habló del boldo, para la vesícula. La manzanilla, para el estómago. Finalmente, cuando la flor de calabaza estuvo lista, la probamos. A mí me pareció deliciosa, natural, sencilla. Doña Faustina asegura que el éxito de los platos tradicionales está en la simplicidad de los ingredientes y de las preparaciones. Un trabajo sencillo en la cocina puede dar lugar a comidas exquisitas. Otro de los preparados tradicionales, en este caso una bebida, es el tepache cuya receta me revelaron los mixes. En México D.F. y Estado se hace de otras maneras. Lo explican Rogelio y su madre: Se lava una piña antes de pelarla. Se le quita la corteza dejándole un poco de carnita. Se ponen las cáscaras en una olla de barro con agua y un kilo de piloncillo (bloque de azúcar de caña). Se ponen unas tres o cuatro pimientas gordas machucadas, unos tres clavitos y canela. Se deja que fermente y se prueba. Dependiendo de lo ácido que resulte al paladar, se puede, o no, añadir más piloncillo. De ahí se obtiene un concentrado. Se cuela y se saca según se vaya a beber. Se le puede añadir agua para rebajarlo. Por ejemplo, con una tacita del concentrado y uno o dos litros de agua, se hace una jarra para tomar en el día. Eso es el “agua de tepache”, leve, suave. Pero a quien le gusta fuerte, añade menos agua, o no añade. La fermentación es alcohólica y su toma puede “marear”. Los mixes no lo suelen rebajar, a pesar de usar pulque. La gente en fiestas toma y a veces se “alegra demasiado”, cosa que vi en Solaga en su fiesta patronal en el verano de 2005. Apunta Rogelio que el consumo del tepache también es una cuestión de familias. En su casa, durante toda la temporada de la piña, se hacía y se bebía. El consumo de atole también es habitual. Se prepara a partir de la masa de molino (para hacer tortillas). Se le pone piloncillo, canela y chocolate. Una vez hirviendo con agua, se le añade desmigada, la masa. Se le cuela y ya está (Faustina). Aclara Rogelio que en el campo se hace un atole simple, de masa. Se va bebiendo y se va mordiendo la piedra de piloncillo. Se llama atole blanco. En Oaxaca lo vi preparar y servir en los mercados. Explica Rogelio: Cuando la gente va al campo, lo toma incluso sin piloncillo. Ese atole es un subproducto de la masa. Cuando tiene sed, toma, se refresca, le aporta un alimento y sigue sus faenas del campo. Hay otros que, con el atole, toman zopes o tortillas con salsa para realizar las duras tareas diarias. Son alimentos muy regionales. Hay otros que en esas duras jornadas de trabajo bajo el sol, para hidratarse y contrarrestar la fatiga y el cansancio del calor y del quehacer, toman aguachile o chileatole. En Oaxaca se llama chile pastor. Y se hace con una jarra de agua más cebolla, chile y cilantro picados. Algunos añaden una pizca de sal. Se mete en un recipiente de barro y se lleva a trabajar. Cuando la faena es larga y están agobiados por el sol, toman esa agua con chile y cebolla, siguen su faena y se sienten refrescados y confortados. Para Rogelio, su esposa y su madre, son maneras de mantener el cuerpo y de cuidar la salud en el campo. Sobre las diferencias regionales en los mismos platos, comidas o bebida, opinan que la variedad de culturas que hay en México hace que cada uno adapte el alimento a los elementos e ingredientes que da su espacio; pero, sea con jugo de maguey, sea con piña, sea con otra fruta, el tepache, por ejemplo, es en todos los lugares una bebida alcohólica fermentada en la que está presente el piloncillo. Y así con otras cosas. Hay influencias e intercambios culturales entre pueblos amerindios desde antes de la llegada de los españoles, opina Rogelio. Para él eso ya es interculturalidad. Dentro de la comida de campo, destaca Rogelio ciertos animalitos, insectos como los jumiles, escarabajos típicos de Puebla; los chapulines y crustáceos como los acoziles (cangrejitos de río).
En cuanto a remedios domésticos, para la tos señala la madre de Rogelio que se puede usar un limón verde partido a la mitad y exprimido. Se hierve la cáscara con flor de buganvilla roja. Se añade canela y el jugo del limón. Es un remedio muy bueno, subraya. Explica Faustina que para males intestinales se toma té de la flor de muerto. También, infusión de estafiate. Expresa Rogelio que, de pequeño, tenía mucho hipo; a veces, durante quince días. Eso le espantó. Alguien indicó a su madre que le hirviera un té de cáscaras de limón y las estrellitas del zapote negro. Con eso se le quitó para siempre el hipo. Faustina señala el valor del pelo de elote (mazorca tierna de maíz) para el hipo. Para los niños a los que se les sale el ano se les pone una lana negra con aceite. ¡Santo remedio!, exclama Faustina, refiriéndose a la experiencia con su hijo. Cuando los niños son chiquitos, para la mollera, algunas personas los voltean y presionan en el paladar, con el fin de nivelar el hundimiento del cráneo. Y tú lo ves que se acomoda y dices, ¿Qué pasó? (Rogelio). Para que el ombligo de los niños no sea saltón, lo ponen un tomatito. Son formas y creencias así, de nuestra familia (Faustina).
Pero en la cultura mixta también se entremezclan en torno a la salud, el mundo sensorial y el no sensorial. Los males, los problemas, incluso los accidentes, no son vistos como meros acontecimientos naturales o circunstanciales. Hay en ellos un componente no visible, perteneciente al terreno de Dios y de las creencias. La gente pide, reza, a la vez que usa remedios. Se piensa que algunos problemas son enviados por Dios. Otros son consecuencia de malas acciones o de mal vivir, castigos del cielo. En ocasiones, también se piensa que son los pensamientos de la gente (aire) o los trabajos de determinadas personas relacionadas con el mundo negro los causantes de enfermedades y desgracias, individuales o familiares. Las envidias, los males quereres y la venganza forman parte de las etiologías tradicionales en el medio urbano.
Según Rogelio, todavía muchos de los usos tradicionales actuales en Mesoamérica, tienen estrecha relación con la cultura prehispánica. El maguey es un símbolo nacional. De él se aprovecha todo. Mi informante me relató con detalle todo lo que se puede hacer con dicha planta, tal y como se hacía entre los pueblos prehispánicos: En primer lugar, la espina puede ser utilizada como arma, envenenándole la punta para cazar. En segundo lugar, de las pencas se pueden extraer unos hilos (henequén) que luego, teñidos con flores naturales directamente, sirven para tejer ropas y para realizar dibujos y grecas. Un tercer producto que se extrae de la penca es la cutícula o piel superficial. Antiguamente se usaba como papel para escribir códices. Otro uso que se le puede dar a la penca es tapar la carne hecha sobre piedras calientes en un hoyo. El jugo que va saliendo de la carne y de las pencas calientes se aprovecha como caldo y consomé. Como remedio para la salud, como medicina, los españoles utilizaban el tallo largo que sale del centro, cuando florece el maguey. Para ellos, dicho tallo tenía propiedades casi mágicas. Lo usaban para todo. Era una panacea. Lo usaban en infusión o lo molían para ponérselo en distintas partes del cuerpo. Otros usos terapéuticos de la planta eran: cortarla en trocitos y frotar, aplicando su jugo a heridas infectadas, a rozaduras y a quemaduras. Es un gran antiséptico y cicatrizante. Hoy día es habitual usarlo así también. Otro subproducto del maguey es el pulque, o bebida sagrada, tomado en época prehispánica únicamente por los dioses, es decir, por los gobernantes, máximos exponentes de la estructura social. Luego se hizo de uso común (Rogelio Delgado). Opina el Sr. Delgado que todos estos usos estaban, y están, rodeados de simbolismo. La vida giraba, y gira en la sociedad tradicional originaria y mixta, alrededor de las divinidades, de las fuerzas que animan la naturaleza, de las ideas asociadas a los elementos naturales de los que se sirve el ser humano. Para Rogelio Delgado, los usos del maguey, tienen sentido y validez dentro de la tradición. Es algo más que una planta o un producto. Es una planta tradicional cuya imagen está anclada en la cultura, relacionada con aspectos de ideas y símbolos.
Existen creencias fuertemente arraigadas en el pueblo, originarias, mezcladas, complementarias. Alrededor de una planta como el maguey o relacionadas con aspectos espirituales, forman parte de la cultura y de la vida cotidiana en Mesoamérica. La gente, en Coyoacán y Xochimilco (D.F.), acude al Niño Pa cuando tiene que pedir por la salud de alguien o simplemente para obtener la bendición divina y con ella el bienestar. Es una manera de prevenir el infortunio, la enfermedad y la desgracia. Irma, Faustina y Rogelio me informaron sobre esta creencia y práctica. El Niño Pa[2] es un niño Dios, un santo muy milagroso de la iglesia de San Bernardino. Todos los días lo sacan y visita los hogares (Irma). Dicen las señoras que le cambian la ropa que el niño no es de allí de Xochimilco, que venía de Puebla o de no sé dónde (Faustina). Venía en peregrinación y, como les gustó, pues lo adoptaron (Rogelio)...Entonces, date cuenta que yo me apunto para que me lo traigan. Uy, ahora creo que tiene casas hasta el año treinta. A la casa que llega, tienes que dar de comer a todos los que se acerquen. Mucha gente hace un ahorro de años para el momento: comida, música, de todo (Irma). Si tú pides que venga aquí, tienes que tener tu casa abierta, y toda la gente que venga, tiene que comer su torta, café, etcétera. Ahora hay comunidades que lo adoptan y asignan una casa. Así, se reparten gastos. La gente que llega le deja (al niño) una limosna. Todos los días le cambian de ropa (Rogelio). Y, según dicen, se ensucia, y lo tienen que bañar y cambiar. También le llevan juguetes (Irma). Con todo eso, dicen que juega por las noches. Luego, los juguetes los rifan y sirven para que se regalen a niños que no tienen de las comunidades. La gente lo reza, ves un gran fervor (Irma). Cuentan que el Niño Pa ha hecho, y hace constantemente, milagros: ha librado a gentes de enfermedades, ha alejado el infortunio de personas y familias. Se le reconoce capaz de intervenir en la realidad ordinaria (tridimensional). Se llega a él a través del rezo y cumple una función muy característica de la sociedad prehispánica: une a la comunidad. En México, y en Mesoamérica, los fenómenos religiosos tienen un marcado carácter social. El milagro no sólo alcanza a quien está enfermo sino que, por su ejemplo, se extiende y afecta también a otros, reforzando la fe comunitaria. En todas las conversaciones que tuve con personas mayores, como la madre de Rogelio Delgado, aprecié que, antes que, o a la vez que, los remedios de la botica o herbolarios existen recursos a nivel de creencias cuya repercusión sobre el mundo cotidiano puede modificar la realidad e influir en diferentes grados. La familia de Rogelio, los padres de su esposa (personas de más de 90 años), la familia de José Medina o de Arturo Marín, hablan de esa conexión permanente con lo heredado de los ancestros, con lo tradicional. Pasado, presente, creencias, costumbres, familia, entorno natural, comunidad, normas, trabajo, forman un círculo en el que las personas, sobre todo mayores, se sitúan, teniendo en cuenta todos los elementos que lo forman. Me he dado cuenta de que esto no se da de igual manera entre los más jóvenes, influidos por la sociedad internacional, formados en la cultura global de corte occidental. Para Rogelio Delgado, la sociedad mexicana está cambiando a pasos agigantados. Los jóvenes se van alejando de la tradición. Muchas cosas se perderán si no se educa a las nuevas generaciones para mantenerlas, piensa.
En el medio urbano, salud es poder trabajar para ganar el sustento, encontrarse y reunirse la familia para festejar algo, ver que los hijos van creciendo sanos, no tener problemas con la autoridad o con otras personas, andar seguro por las calles, no tener accidente con el coche, tener qué comer, vivir según las tradiciones de la familia. En la tradición mixta, el apoyo básico, el asiento de seguridad de la etnia, los da la familia, entendida en sentido extenso (padres, hijos, abuelos, tíos, primos, primos segundos, etcétera). La enfermedad sobreviene, según el pensamiento tradicional mixto, cuando se rompe el equilibrio, no sólo de la persona sino también del ambiente que la rodea. Salud y enfermedad se relacionan con: la vida de la persona, el trabajo, los gérmenes, los accidentes, otras personas y sus influencias, las tradiciones y costumbres, el mayor o menor apego a las creencias, la eficacia de las oraciones, la posición social, las posibilidades económicas, etcétera. Los trastornos más comunes, según las referencias de mis informantes y otros, en el medio urbano se relacionan, por una parte, con las posibilidades y el tipo de vida (trabajo, dinero, alimentación...); por otra, con aspectos intangibles de la realidad (en sentido amplio), sean religiosos, sean no religiosos. Los males gastrointestinales son muy frecuentes. También, los problemas articulares; y otros como el susto, el decaimiento físico y espiritual. Hay problemas derivados del estilo de vida: alcoholismo, accidentes, enfrentamientos y riesgo. La gente tradicional en el medio urbano acude, tanto a la medicina oficial como a la popular. Existen multitud de remedios para uso cotidiano trasmitidos por las familias, como hemos visto en casa de Rogelio Delgado. Hay, pues, un desarrollo terapéutico tradicional en el medio urbano en el seno de las familias; aunque, en opinión de mis informantes estos conocimientos se están perdiendo. Se usan hierbas y plantas simples así como fórmulas. También, procedimientos manuales sencillos como la sobada para el empacho. Se ayuda con la colocación de velas en la iglesia y con las peticiones y oraciones a Dios, a la Virgen, a Cristo o a los Santos. Los alimentos pueden usarse, y de hecho se usan, como medios correctores en infinidad de casos. Mejor, cuando son los tradicionales. Para la generación de Rogelio Delgado, José Medina y Arturo Marín (alrededor de 57 años) es necesario que las familias se esfuercen por conservar y trasmitir las costumbres de los abuelos si se quiere mantener el patrimonio cultural. Opinan que no está reñido el progreso y la formación científica con el conocimiento y el uso de costumbres antiguas. Valoran los símbolos familiares y locales (tradicionales) no sólo por la eficacia y por el “poder” práctico (ayuda) sino por constituir una seña de identidad de todos los mesoamericanos.


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[1] Sirviendo, tanto para paliar el hambre como para proporcionar conocimiento o mostrar caminos de actuación.

[2] Niño Pa, Niño Pah, Niñopa o Niñopá, son las formas de llamarlo en la  zona de Coyoacán y Xochimilco. Se refieren a: Niño Padre.

lunes, 8 de abril de 2013

Personas y experiencias VIII/People and Experiences. Entrevista al Profesor Ángel B. Espina Barrio.

Historias de vida, encuentros, entrevistas, opiniones)

Por: A. J. Aparicio Mena.

(Queda prohibida la reproducción total o parcial de texto y fotos sin el consentimiento del Blog).


Éste es un espacio de entrevistas, relatos/referencias de experiencia, historias de vida y comunicaciones en torno a la vivencia/las vivencias del bienestar, entendido como un contexto experiencial amplio capaz de tomar formas muy diversas en/a través de la comunicación. Una de esas formas nos la trae nuestro nuevo invitado a través de la entrevista que más abajo reproducimos.

UNAS BREVES PALABRAS PARA PRESENTAR A NUESTRO ENTREVISTADO, el Profesor Ángel B. Espina Barrio (Universidad de Salamanca)

El Dr. Espina es Profesor Titular de Antropología social., Dpto. de Psicología social y Antropología, Facultad de Ciencias Sociales Universidad de Salamanca (Castilla y León, España). Fue Coordinador del Doctorado de Antropología de Iberoamérica y es en la actualidad Director del Máster de Antropología de Iberoamérica de la Universidad de Salamanca ( http://campus.usal.es/~iiacyl/MAI/
). Autor de un gran número de artículos y trabajos de investigación, organizador de congresos, ponente y conferenciante por todo el mundo, destacamos dos de sus obras: "Manual de Antropología Cultural" y "Freud y Levi-Strauss: Influencias, aportaciones e insuficiencias de las antropologías dinámica y estructural"

Además de sus dotes intelectuales e investigativas, el Profesor Espina es un excelente enseñante cuyas capacidades didácticas han ayudado y encaminado a muchos de sus alumnos, entre los que me incluyo, por la senda de la búsqueda antropológica a lo largo y ancho de las experiencias humanas. Mostramos aquí una breve entrevista cuyo tema podríamos titular:

SOCIEDAD, EQUILIBRIO Y FUTURO.

(P)Por su experiencia como docente e investigador en antropología, ¿Considera esa ciencia capaz de aportar soluciones, sola o articulada con otras, a la situación de desequilibrio que padece nuestra sociedad europea en general y española en particular?

-La Antropología en su vertiente aplicada, especialmente en las especialidades de Antropología política y económica, pero también en su aplicación al estudio de las familias, la cooperación, la emigración, etc., puede proponer análisis reposados e inteligentes soluciones para llevar a cabo la ineludible tarea de modificar las bases y normas de nuestra convivencia colectiva, sobre unas bases subculturales nuevas, alejadas del autoritarismo, la desigualdad y la corrupción. Para ello la antropología cuenta con las aportaciones de la psicología, sociología, historia, filosofía, etc., ayuntando estas visiones con una perspectiva más comprehensiva que le es propia.

(P)Como psicólogo y antropólogo ¿Cómo calificaría el "mal" que afecta a quienes, sin tener responsabilidad directa-indirecta en tal situación lo sufren más que los "responsables"; dichos éstos por las gentes de nuestro alrededor: políticos, especuladores, controladores de las altas finanzas, etc?

-Las sociedades en conjunto creo que no tienen enfermedades mentales, pero sí es cierto que en determinados momentos el ambiente social que se crea, mal planificado, puede ser generador en los individuos (en un amplio sector de los individuos) de específicos trastornos psicológicos. En nuestra sociedad actual y dado el estrés generado en los que no tienen trabajo y en los que temen perderlo, o que estan en situciones de exceso de trabajo, y la falta de perspectivas futuras, creo que el mal mas generalizado es la ansiedad y la consiguiente depresión.

(P)¿Qué opina del futuro y de la vida de sociedades, culturas y tradiciones minoritarias ante el avance de la llamada sociedad global ?

-Creo que pese a su retroceso evidente siempre guardarán una importancia en el futuro pues precisamente las reformas de las que estamos careciendo, tendrían que ir en el sentido de recuperar muchas costumbres "antiguas", pautas tradicionales, y poner freno a la globalización en los aspectos negativos que conlleva (excesivo consumismo, falta de intimidad, de identidad, desarraigo, etc.). Todo ello sin caer en posturas inmovilistas, fundamentalistas, nacionalistas, etc.

(P)En relación con la salud y el bienestar, ¿Cree que hay "soluciones" dentro de las culturas y grupos originarios no occidentales-tecnológicos-científicos que puedan ayudarnos a vivir una existencia más tranquila y sosegada?


-Absolutamente. Las culturas tradicionales han acumulado durante siglos adaptaciones del hombre a la naturaleza y enseñanzas sobre las relaciones de los hombres entre sí, y también en relación con el cuerpo y las enfermedades físicas o psicológicas. También a veces contienen pautas irracionales o negativas que deben ponerse en evidencia y superarse, pero en gran medida pienso que contienen normas conductuales sanas, naturales y muy adaptativas a su contexto particular.

(P)¿Cree, como opinan muchos, que los gobiernos de los países poderosos y otros están "dominados" por los "clanes" que controlan la energía (compañías eléctricas, petroleras, etc.)?

-Sin caer en teorías "conspirativas", que siempre pueden tener un componente paranoide, lo que sí parece claro es que gran parte de la riqueza mundial está bajo el dominio de muy pocas personas e instituciones. Esto no es nada positivo pues muchas de las medidas macroeconómicas que se están proponiendo tienen como principal objetivo mantener esa situación de privilegio de unos pocos, incluso aumentarla, y garantizar sus réditos y prebendas, logrados mediante posiciones dominantes y usura; y no la finalidad que deberían de tener que es la de atender lo más igualitariamente posible a las personas de cualquier país según sus necesidades, trabajo y esfuerzo.

(P)¿Qué opina del progreso dentro de lo que llaman desarrollo sostenible?, ¿Cree que podría ser una forma de "cura" sana de los males y tristezas que asolan a las gentes en nuestra sociedad, según otros, acosada por los dueños del dinero?

-Sí, el desarrollo debe ser sotenible o finalmente no es desarrollo. Ya vemos a lo que lleva un desarrollo basado en premisas falsas, en huidas hacia adelante y en un incremento ficticio de los precios, basándose en especulación. Al final todo eso viene a ser una gran estafa piramidal, que se cae como un castillo de naipes. El desarrollo tiene que tener bases sólidas, partiendo de lo que se tiene y del buen trabajo que se puede realizar, y cuidando mucho con denuncias y persecución colectiva la ingerencia de especuladores, corruptos y derrochadores, sean estos políticos, banqueros o empresarios. Todos los sectores sociales son necesarios pero ningún sector debe tener el poder (al menos de forma total) facilitándose al control de unos sobre otros, que es la esencia de una democracia con mayúsculas, que todavía tenemos que conquistar.

(P)Muchas gracias por sus aportaciones.